segunda-feira, 29 de maio de 2017

O corpo na oração

O corpo na oração


Em um ambiente de fé, onde as pessoas oram, observam-se homens e mulheres se dirigirem à divindade, por meio de palavras, sussurradas ou mesmo colocadas aos berros.
O peso ou a leveza na voz dos suplicantes têm um corpo e, nessa manifestação de fé, é comum entre os hebreus ver pessoas que se prostram e colocam-se de joelhos, a fim de demonstrar respeito e fragilidade; elas também baixam a cabeça, fecham os olhos e levam as mãos ao rosto; em outro momento, podem elevar seus olhos aos céus, procurando perceber a presença divina; e, para terminar de compor esse quadro de louvação, os braços se estendem como se quisessem alcançar a imensidão celestial.
Vários salmos podem ser citados para dar exemplo:
os Salmos 68 e 95 apresentam uma procissão;
nos Salmos 5 e 95, os fiéis se prostram e, nesse último, também fazem genuflexão;
no Salmo 138, o corpo todo se coloca em direção ao Templo que ficava no Oriente.
Assim como as palavras, os gestos do suplicante são destinados ao Deus de Israel, tal como se presencia em uma conversação em que os participantes estejam frente a frente e que o falante direciona o seu corpo, a atenção e a tensão dos movimentos ao seu interlocutor.
Os gestos contribuem, portanto, para a criação do ambiente de oração, pois os pensamentos e as palavras ganham corpo, o que reforça a demonstração de fé.

O corpo é quem carrega essas emoções, e, ao ler o texto bíblico dos salmos, percebe-se que os salmistas buscam sempre cantar e colocar em evidência esse corpo cheio de vida.

" Andar, correr e saltar são ações compostas por movimentos classificados como naturais e que estão em atividades motoras corriqueiras do ser humano. Essas ações, em estados emocionais diversos, ganham diferentes intenções e intensidades de acordo com o sentimento envolvido na situação: correr para fugir de um cachorro feroz difere-se, em muito, da corrida até o encontro de alguém que há muito tempo não se vê "


Importância do corpo para a cultura judaica e a relevância dos gestos na comunidade judáica


A AÇÃO DO CORPO


Em seu artigo “Body Idioms and the Psalms”, Andy L. Warren-Rothlin fala sobre a pesquisa de Gillmayr-Bucher na qual se afirma que os termos referentes à imagem do corpo contribuem bastante para a o caráter vívido da linguagem do Livro dos Salmos. Para melhor visualizar essa importância, o autor expressa em números essa afirmação, ao contabilizar que, de todo o vocabulário dos salmos, 5,7% dos termos correspondem a partes do corpo humano, e essas palavras só não estão presentes em sete dos 150 poemas.

Silvia Schroer e Thomas Staubli discorrem sobre as pesquisas do campo linguístico acerca da noção hebraica do corpo que, segundo eles:

"   não apresenta um sistema derivado de princípios esotéricos, mas parte da observação do corpo e da experiência da vida e se deve a um sistema linguístico que não desenvolveu nenhum conceito abstrato, porém mostra claramente que tem sua origem na corporalidade concreta. "

O que é concreto relaciona-se sempre a algo a mais – com o órgão vem sinalizada também a sua capacidade de desempenhar uma ação. “Um pensamento estereométrico-sintético visualiza um membro do corpo juntamente com suas atividades e capacidades especiais e estas, por sua vez, são concebidas como características de todo homem.”74 Desse modo, além de carregarem significados relacionados, obviamente, a função que lhes é própria, esses termos relacionados ao corpo humano são responsáveis por diversas associações portadoras de valores semânticos culturalmente definidos, tais como:

a) Associação espacial -Coração, estômago, olho são relacionados ao centro; cabeça, ao que é elevado e o que está adiante; mão, lado; pés, para baixo.

b) Associação funcional -Mão pode significar ação, trabalho, posse; boca, discurso; olhos, visão.

c) Associação psicofísica -Coração relaciona-se ao pensar; ventre, à compaixão.


d) Associação supersticiosa - Mão direita representa o bem, a verdade, a justiça; já a esquerda representa o oposto

Assim, a relação entre concreto e abstrato dá-se da seguinte forma:


" O pensamento semítico não se direciona a formas, aparências ou perspectivas, mas sempre para a dýnamis, para o efeito que alguma coisa tem. Quando os israelitas pensavam na mão, no pé, no nariz etc., não se detinham em sua forma exterior, mas sim na ação, no poder que uma mão forte exercia; ou no pé, como gesto de opressão sobre o pescoço do inimigo, ou no fungar raivoso do nariz "

Essa concepção do corpo vale também ao conceito de nefesh, palavra que apresenta inúmeros significados e está relacionada ao que está vivo

" Concretamente relacionada com a garganta, portanto, nefesh não significa apenas o órgão da garganta visível, mas também a garganta audível, que chama, reclama ou grita, e a garganta ávida, insaciável, faminta e sedenta, devoradora ou ansiosa pelo ar. Em resumo: tudo o que entra e tudo o que sai da pessoa humana – ar, água, alimento, voz, fala – concentra-se no desfiladeiro da goela "

Segundo estudo de Hans Walter Wolff, essa palavra aparece 755 vezes no texto da Bíblia hebraica, e a Septuaginta traduz 600 vezes por psykhé. Wolff ainda aponta que a variedade de significado chamou a atenção dos antigos, porém, em estudos atuais, verifica-se que essa correspondência entre nefesh e psykhé no texto bíblico é menor do que se pensava. Contudo, segundo Schroer e Staubli, alguns estudiosos chegam até mesmo a pensar que a tradução bíblica da Bíblia hebraica para o grego não pressupõe os ensinamentos dos filósofos gregos sobre a alma. A psykhé estaria relacionada ao sentido de “sopro”, “força vital”, aproximando-se ainda mais do sentido de nefesh. Essa suposição, porém, não é comprovada.

O que vale ressaltar neste ponto é que a separação entre corpo e alma não cabe no texto da Bíblia hebraica. Interessa lembrar também que são várias e diversas as possibilidades de organizar mental e efetivamente o mundo, e, para o povo hebreu, o corpo é essencial, pois ele funciona como elemento mediador na expressão do Sagrado entre os indivíduos.Sendo assim, a língua hebraica realça essa característica, exprimindo a realidade dos falantes ao estar relacionada a seus pensamentos e a suas ideias. Ao estudar tais palavras, deve-se ter em vista que elas estão em um texto inserido em um contexto, que deve ser sempre citado de forma cuidadosa e situado tão frequentemente quanto possível.

A ação do homem atuante na sociedade tem relevância nos salmos, oração que parte da observação da realidade humana. Além de ser oração, os salmos são poesia, o que significa que, além de expressarem emoção e fé reafirmada pelo gesto, trazem também a poesia feita pelo corpo: a dança. A gestualidade associada à linguagem revela-se de três formas:

Redundante, com o gesto complementar à palavra

Precisa, quando dissipa ambiguidades.

Substituindo-a, quando o gesto é a própria informação, o não dito.

Nesse último grupo enquadra-se a dança, que “vem da necessidade de dizer o que as palavras não dizem.
É um meio eficiente de encontro consigo e com o próximo, com a criação e o criador. É uma forma de oração, um ritual social e sagrado”. “A dança expande, em sua plenitude, qualidades comuns a todos os gestos humanos.” Se o gesto reforça a oração feita pela palavra cantada, a dança é a própria oração."

"A oração é designada como a via de comunicação da alma humana com Deus. Injustamente, pois na oração tanto a alma quanto o corpo participam. Uma oração puramente espiritual é adequada aos anjos, mas não às pessoas, com sua natureza espírito-corporal. As formas corporais correspondentes às rezas interiores que pertencem à oração humana"

A dança é uma linguagem não verbal e simbólica: sua representação ultrapassa a experiência vivida, e sua execução não pode ser reduzida a palavras. A dança, como se vê, escapa das “amarras do verbo”, porém, tal como acontece ao signo verbal, ela é expressão de uma sociedade e, consequentemente, está imbuída de valores e crenças sociais. Isso faz com que a concepção de dança esteja associada à cultura de um povo e seja, portanto, variável. Lilian Wurzba, em seu artigo “A dança da alma”, esclarece que a dança se faz por meio do gesto, mas não é puramente gesto, tampouco conta uma história linear:

" Há muita confusão com relação ao que é a dança.Alguns concebem a dança como uma interpretação da música ; outros veem na pantomima a base da dança como se, por meio desta, um enredo fosse transmitido sem o uso da palavra, recorrendo-se a movimentos expressivos. Mas isso é mímica: movimentos que representam uma realidade conhecida, um gesto descritivo.. "

No contexto bíblico, por exemplo, a dança poderia, então, possuir grande valor espiritual, e assim, ao considerá-la simples gesto, esvazia-se seu conteúdo, uma vez que seus movimentos estão em um contexto mais amplo, contidos no rito, onde a ação é simbólica e possui qualidade de um conhecimento transcendente.Cabe ressaltar, no entanto, que essa caracterìstica de “dança espiritual”, em outra comunidade e em dada circunstância temporal, poderia não ser real ou relevante.

Cria-se, de fato, ao se iniciar um estudo, uma tensão entre o estudo do fenômeno da dança – dentro de suas próprias circunstâncias e conforme seus conceitos e atitudes – e de seu contexto mais amplo e imediato.86 Diante de diversas definições atribuídas à dança, Wurzba conclui que, uma vez que não se encontra compatibilidade entre as várias culturas, a influência de uma interpretação cultural deve ser retirada ao classificar esse fenômeno cinestésico que é a dança.

Sendo assim, a fim de se mostrar uma visão mais abrangente, de imediato será sugerida uma concepção geral da dança; na sequência, serão atribuídas suas classificações conforme sua manifestação em uma dada comunidade, ou seja, será analisada a dança inserida em um contexto, com uma função social determinada e, a partir disso, será estudado o fenômeno dentro de uma esfera específica, qual seja: a dança da comunidade judaica manifesta no texto bíblico.


 UM CONCEITO GERAL DE DANÇA


O movimento é o fundamento da dança, mas não a dança propriamente dita. Os gestos produzidos pelo corpo, ao estarem isolados, não passam de uma cena retirada do cotidiano. A dança escapa ao que é conhecido. Quando um grupo dança, o que se vê não são pessoas correndo desenfreadamente de um lado para o outro ou simplesmente saltando. Os movimentos da coreografia podem ser estes, correr e saltar, mas o processo envolve outros elementos constituintes, e é o que será demonstrado a seguir.

Além do movimento, são vários os fatores que se unem e fazem com que a ação seja classificada como “dançar”, e um deles é o ritmo, tanto para o movimento e também para o som, por meio da música. Este é um elemento essencial, mas também não é o bastante para se construir a dança.

Sabe-se que interpretar o ritmo sugerido pela música não é dança. E atividades cujos movimentos são simplesmente ritmados também podem tranquilamente não ser dançar.

Remar, por exemplo, é uma ação que exige um ritmo a fim de que ganhe forma e se concretize. Uma pessoa que se coloca a remar, rápida ou lentamente, em um rio de águas cristalinas, em direção ao pôr do sol, pode até sugerir uma forma poética, mas não significa, por isso, que ela esteja necessariamente dançando: o remador pode se dirigir a esse lugar para fazer uma ação cotidiana, ir à outra margem do rio ou navegar para simplesmente pensar na vida.

No exemplo anterior, ao ritmo e ao movimento, soma-se outro elemento, o espaço, o rio em que o remador conduz o seu barco – sim, uma pessoa pode propor se arriscar a dançar nesse espaço amplo e instável, considerando, respectivamente, a imensidão do rio e a fragilidade de um barco navegando em uma corrente de águas imprevisíveis. A luz avermelhada do pôr do sol ajuda a melhor compor o cenário, criando variações e efeitos adequados. Assim, o quadro construído pode ser imaginado como uma expressão poética – ou beirar à cômica, caso o barco vire acidentalmente, e a pessoa caia, sendo levada a completar a cena com outro repertório rítmico de ação, a nado –, mas isso é insuficiente para caracterizar essa cena como uma dança.

Até aqui, então, tem-se que movimento, ritmo e espaço, ao serem tomados de forma isolada e cotidianamente, são elementos insuficientes para a criação de uma dança, o que faz dar prosseguimento ao esforço para a elaboração de um conceito.

Em seu texto, Wurzba cita o estudioso Curt Sachs, o qual define a dança, em sua pesquisa, como “„mãe das artes‟, pois enquanto a música e a poesia têm existência no tempo, a pintura e a escultura existem no espaço, a dança se desenvolve no tempo e no espaço”.
O tempo e o espaço da dança não correspondem ao tempo real e ao espaço conhecido.
antes de ser uma expressão, a dança manifesta as experiências interiores do homem e, por meio de desenhos rítmicos do movimento, representa seu mundo visto, vivido ou imaginado. “O homem quando dança sai do tempo cotidiano para penetrar no vazio, onde não há tempo, bem como abandona o seu espaço para chegar no infinito.
“Dança” o movimento produzido em um tempo ritmado do corpo, executado em um espaço plástico, capaz de se modificar, de ser moldado –, com intenção artística ou como forma de expressão subjetiva ou dramática.
A dança espacializa o jogo proposto pelo corpo do ministro, que se torna canto de sua materialidade.

Essa união entre indivíduo e espaço estabelecida pela dança expande-se, levando o ministro  também a se relacionar com o outro, com o espectador, pois ela amplifica a “percepção calorosa de uma unanimidade possìvel”. A dança representa a junção entre os campos cinético, sensorial e linguístico, e a força de sua energia intensifica sua vivência.

O que encontramos na dança é uma união de seus elementos numa totalidade indescritível. O espaço, o tempo (o ritmo), os corpos em movimento, as luzes e os adereços, ou quaisquer outros elementos, embora presentes, parecem não mais existir, na medida em que dão lugar à dança. Uma dança é experienciada e reconhecida muito além de seus elementos constituintes. Toda dança nos remete a uma outra dimensão da existência, onde as condições espaciais e temporais adquirem novos significados.

Para a dança ser compreendida em sua totalidade é necessário, além de perceber o que é comum nessa atividade – os seus elementos constitutivos e a sua natureza, compartilhados em toda e qualquer dança –, estudá-la e compreendê-la em circunstâncias apropriadas, inserindo-a nos vários contextos existentes, considerando, por exemplo, o local e a situação artística e cultural, o que impulsiona, desse modo, o surgimento da noção de tipos de dança.

Por exemplo, uma distinção pode ser feita entre as danças tradicionais, que geralmente têm uma função cerimonial, comemorativa, são populares, ou seja, “do povo”, e tendem a perdurar, e as danças sociais que também são populares, mas estão mais preocupadas com o reforço de relações individuais e de grupo, são uma forma de entretenimento e estão sujeitas a rápidas mudanças na moda.

 A performance está intimamente relacionada ao percurso experienciado pelo indivíduo e pela comunidade. “Esse trânsito está fortalecido por um impulso de resistência à dissolução de componentes culturais e ideológicos que atuam como resíduos culturais que integram as pessoas a uma região, a uma paisagem, e que passam a ser pele, olhos, roupas, gestos, fala.

Esse desenvolvimento da dança, isto é, sua modificação segundo o contexto em que ocorre, será o tema abordado a seguir.
O foco será dado às categorias em que a dança hebraica, presente no texto bíblico, se insere, tendo como objetivo melhor caracterizá-la e, assim, situá-la na comunidade, no espaço em que ganha forma.


O MO(VI)MENTO DA DANÇA


A “dança é uma manifestação espontânea do ser humano”, “contemporânea da humanidade”, pensamento este apresentado por Wurzba .Apesar de ser delicado indicar com precisão o início da dança, pode-se dizer que ela está presente em épocas e culturas várias, desde as mais primitivas até nossos dias.

a dança como fruto da necessidade de expressão do homem, por ela estar relacionada ao que há de básico na natureza humana. “Assim, se a arquitetura veio da necessidade de morar, a dança, provavelmente, veio da necessidade de aplacar os deuses ou de exprimir a alegria por algo de bom concedido pelo destino.
Expressão do indizível, a dança sagrada permite que o ser humano transcenda.
O judaísmo traz essa noção de tempo, uma inovação para as religiões até então praticadas: o tempo tem um começo e um fim.104 Os hebreus recorrem ao deus supremo em situações extremamente críticas, de crises históricas em que a existência da comunidade se encontra em estado delicado. A manifestação do deus se dá em um tempo determinado, inserido na história, e essa história é festejada em celebrações que, além de banquetes e músicas, traziam lições acerca do passado na nação. “A história cantada e recitada nessas festas era a história de como Deus havia dado a terra a seu povo, terra cujos produtos eram consumidos e celebrados nas festas.”105 Nas festas de Israel o povo se reunia e certamente cantavam os salmos.
São três as grandes festas desse povo
.
Na primeira delas, a Páscoa, celebra-se a libertação proporcionada por Deus e comemora-se com alegria. Ela ocorria no 14º dia do primeiro mês e era seguida pela Festa dos Pães Asmos, que durava uma semana, com uma celebração especial no último dia.

Em outra festa, a Festa das Semanas ou das Primícias,

Mais tarde conhecida como Pentecostes, os primeiros 50 dias de colheita eram comemorados.

Já a Festa da Colheita celebrava o fim da colheita.

Ela se unia à Festa dos Tabernáculos, e ambas compunham uma grande comemoração. Essa festa relembrava a época em que os israelitas viveram em tendas, e eles, desse modo, deviam habitar, por uma semana, cabanas feitas de ramos de árvores.

A dança auxiliou o desenvolvimento humano de modo integral ao contribuir para a sociabilidade humana .
Cabe salientar a importância do termo “corpo”, indicando que no ritual a mente não é elemento predominante: o movimento é igualmente essencial. E é o corpo que localiza o homem de modo histórico e social. A festividade ajuda a manter passado, presente e futuro relacionados.

Ao conservarem vivências e seguirem um calendário preestabelecido – dando um ritmo ao tempo, com a reatualização e rememoração de eventos –, os ritos sacramentais e as festas convergem para o mesmo objetivo, o de manter a estabilidade humana.

O desenvolvimento da dança a conduz do templo aos palcos: da dança litúrgica, celebrada por sacerdotes; vai às aldeias, passando ao folclore que tem caráter popular; e segue para as festas, os salões. A dança sai daquilo que é ligado ao campo do sagrado e se apresenta em atos privados de significado religioso. No texto bíblico, é possível vislumbrar a presença da dança em ambientes festivos de caráter religioso assim como em festas familiares. Nessas ocasiões, o caráter luxuoso do ambiente é indicado, como no Salmo 44, em que se espera pela entrada da princesa no palácio real.

Em outras culturas, a dança também é apresentada a grandes públicos, no âmbito teatral. No entanto, na cultura judaica, não se vê esse movimento, tal como ocorre com os gregos: a dança executada em peças teatrais, os coros, desenvolveu técnicas gestuais precisas, gestos miméticos e movimentos significativos.

Única em seu contexto cronológico, [a dança hebraica] é praticada sem máscaras, indubitavelmente devido a interditos religiosos. Finalmente, apresenta um caráter absolutamente excepcional: suas formas e seu espírito – ela conservou sua função religiosa – não evoluíram: o povo hebreu é o único a não ter transformado sua dança em arte.










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